Era um domingo, nada para fazer, ninguém para conversar, tudo no mais pleno silencio. Saiu a caminhar, sem rumo nem direção a passos calmos e leves, respirou fundo, sentiu o vento tocar levemente no seu rosto. Notou cada detalhe da rua, tudo o que nunca tinha visto antes na correria dos dias de semana, dos passos rápidos e das olhadas na hora e contagem de minutos atrasados. Notou as cores das casas, as crianças que brincavam, as flores na calçada da casa da esquina, o barulho de água que vinha do rio que passava atrás da outra rua, sentiu as gotas de chuva tocando e refrescando a sua pele, estava na hora de voltar.
Entrou em casa, o silencio ainda estava lá, entrou no quarto, os livros em cima da cama o som ligado no pause.
Esperou, esperou e nada aconteceu, a saudade já batia, e o medo de como seria aquela semana que acabara de começar também.
Ligou o som, o solo de guitarra da musica quebrou o silencio e não diminuiu o vazio da casa, mesmo com gente lá dentro, ficar sozinha era inevitável.
Deu um jeito nas coisas, pegou folhas, canetas e se pôs a escrever.
Esvaziou a mente encheu a alma, falou com si mesma o tempo todo, olhou as fotos mais antigas na parede e tudo o que pode sentir foi nostalgia.
Ouviu o barulho da chuva que caia no telhado, abriu a janela e sentiu o cheiro de terra molhada o vento que mais uma vez tocava o seu rosto.
Detalhes que nem sempre são percebidos mais que fazem uma grande diferença nos domingos silenciosos, nas caminhadas sem rumo, e nos textos redigidos num quarto vazio.
Ás vezes a solidão nos faz enxergar melhor as coisas.
ResponderExcluir"Notou cada detalhe da rua, tudo o que nunca tinha visto antes na correria dos dias de semana, dos passos rápidos e das olhadas na hora e contagem de minutos atrasados."
Perdemos coisas que são importantes em sua simplicidade o tempo todo. Se for parar pra pensar, isso nos assusta um pouco...
Lindo texto :)
~> Beijusss...;*